segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Educação empreendedora.

Por MARCELO_NAKAGAWA. Aos mestres, com carinho... Este é um momento de transição do Blog do Empreendedor do Estadão PME onde estamos fazendo um balanço da primeira turma de empreendedores. Nesta semana, foram destacados alguns posts de cada empreendedor que ilustram sua rotina de lutas, derrotas e vitórias. Muitos atuais e futuros empreendedores que leram os posts visualizaram situações semelhantes às suas e refletiram sobre como os erros e acertos dos outros podem ajudá-los a empreender mais e melhor. Aproveito este momento de balanço para fazer outro que raramente chega à mídia de massa que trata de empreendedorismo que são os empreendedores que estão empreendendo o empreendedorismo no Brasil. São professores, gestores de organizações não governamentais, investidores e outras pessoas que ficam nos bastidores, tentando facilitar (um pouco) a vida (nada fácil) desta nova geração de empreendedores que se prepara para empreender.
Dos professores, normalmente os professores Ronald Degen da FGV e Silvio Santos da FEA-USP são citados como os pioneiros da educação empreendedora no Brasil pois foram os docentes das primeiras disciplinas de “criação de empresas” na década de 1980. Mas nesta mesma época, outro professor da FEA-USP, Cleber Aquino, desenvolvia um trabalho que hoje é uma prática comum entre os docentes de empreendedorismo: Convidar grandes empreendedores para contarem suas trajetórias. Mas na insana década inflacionária de 1980, onde muitos estudantes sonhavam em trabalhar no Banco do Brasil, ser empreendedor era um suicídio profissional. Mas o professor Aquino deixou seu legado por meio da série História Empresarial Vivida. Graças a ele, temos acesso a relatos pessoais de empreendedores como Jorge Wilson Simeira Jacob (Arapuã), Jorge Gerdau (Gerdau), Matias Machline (Sharp), João Carlos Paes Mendonça (Paes Mendonça), Victor Civita (Abril), Antônio Ermirio de Moraes (Votorantim) e outros. Algumas empresas quebraram, mas ainda assim podemos aprender com a história empresarial vivida por estas pessoas. Outro professor que merece destaque pelo seu pioneirismo é o professor Sylvio Rosa (USP – São Carlos), que liderou a criação da primeira incubadora de empresas no Brasil, em 1984. Atualmente, o País tem mais de 400 incubadoras em várias regiões do país. Em muitas cidades, a incubadora é um oásis para quem quer empreender. Mas veio a década de 1990, a estabilização da economia e o empreendedorismo “de oportunidade” ganhou força a ponto do tema já estar consolidado em todas as principais faculdades do País atualmente e, o que acho mais importante, também fora do eixo São Paulo-Rio. Boa parte do mérito é dedicada ao professor Fernando Dolabela (UFMG) que iniciou um trabalho pioneiro na década de 1990 na formação de empreendedores na área de software por meio do programa Softex e, depois por meio de uma série de livros de sucesso com destaque para O Segredo de Luísa. E neste mesmo momento, mas em Pernambuco, ganhava destaque o trabalho do Professor Silvio Meira, que liderou a criação do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) em 1996 que transformou Recife em um dos principais polos formadores de empreendedores do Brasil. No ano seguinte, foi a vez do Prof. José Aranha a liderar a criação do Instituto Genesis na PUC-Rio e alguns anos depois, a hora do Professor Jorge Audy a comandar o lançamento do impressionante TecnoPuc em Porto Alegre que atualmente tem 93 empresas instaladas gerando mais de seis mil empregos. Dos gestores de entidades de apoio ao empreendedorismo, pelo menos duas pessoas mudaram definitivamente a compreensão do empreendedorismo de oportunidade no Brasil. A primeira é a Marília Rocca. A Endeavor tinha sido fundada em 1997 por um grupo de ex-alunos da Universidade de Harvard que tinha interesse em incentivar o empreendedorismo de alto impacto, inicialmente, na América Latina. O objetivo era identificar empreendedores com negócios de alto potencial de crescimento cuja trajetória pudesse inspirar outros a empreendedores. A entidade chegou ao Brasil em 2000, apoiada por empreendedores brasileiros, com destaque para o Beto Sicupira e a Marília (junto com o Makoto Yokoo) foi a escolhida para disseminar a cultura do empreendedorismo do “pensar grande e pequeno dá o mesmo trabalho”. Treze anos depois já não é preciso falar do empreendedorismo de alto impacto para qualquer pessoa que se prepara para empreender e a Endeavor é a referência nisso. E para ser me alongar tanto na lista, destaco o papel do Professor Guilherme Ary Plonski (FEA e Poli-USP) não só por quem ele é, mas pelas centenas de pessoas que simbolicamente ele representa. O Prof. Ary está ligado ao movimento de incubadoras de empresas e parques tecnológicos no Brasil por meio da ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores). Ele e outros milhares de gestores de incubadoras que contribuem para o desenvolvimento de novos empreendedores atuam nos bastidores do empreendedorismo como facilitadores que estão sempre prontos a ajudar, a orientar e a conectar o empreendedor a outras pessoas que também poderão ajudar.
Não é possível citar todas as pessoas que estão contribuindo para o desenvolvimento do empreendedorismo de alto impacto no Brasil. Também é injusto creditar a somente uma pessoa aquilo que é o trabalho conjunto de dezenas ou centenas de outros colaboradores. Mas o empreendedorismo também é feito de pessoas que ficam nos bastidores organizando o palco em que o empreendedor brilhará e nem por isto são menos importantes de quem aparece mais para o público. Aos mestres que estão empreendendo o empreendedorismo no Brasil, este singelo reconhecimento e agradecimento. Fonte: "O Estado de São Paulo (blogs). Acesso http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/aos-mestres-com-carinho/

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