Magrebe e Oriente Médio
A Revolução dos Jasmins contra as autocracias
Eduardo Febbro
Segundo o sociólogo e filósofo Sami Nair, no século XX o laboratório dos povos foi a América Latina, já que a Revolução Russa não poderia ser entendida sem a Revolução Mexicana. Na América Latina, experimentaram-se as guerrilhas, as lutas políticas, os despotismos, as ditaduras. A partir dos anos 80, as ditaduras caíram. Esse movimento contra as ditaduras se desenvolveu em outros lugares do mundo, por exemplo, nos países do leste europeu. Agora esse movimento de fundo está atingindo os países da orla árabe do Mediterrâneo e mesmo além, na península arábica.
O problema reside em que, contrariamente ao que ocorreu na América Latina, o movimento destes países árabes não tem direção, organização ou programa. É um movimento totalmente espontâneo com duas características fundamentais: trata-se de um movimento que destrói definitivamente a ideia de que estas sociedades estão condenadas a viver com o perigo extremista e fundamenta lista, por um lado, e, por outro, com a ditadura, que seria uma suposta garantia necessária contra esse perigo fundamentalista. Agora está se demonstrando que o problema é muito mais complexo e que estes países não querem experimentar nem o islamismo nem o fundamentalismo, mas sim que, basicamente, desejam a democracia.
Os países ocidentais querem que haja estabilidade nos países árabes e para isso necessitam de regimes fortes e ditatoriais, porque o que importa a eles são duas coisas: que essa gente não emigre e que as fontes de recursos petrolíferos sejam garantidas.
O mais importante nestas revoltas árabes é a vitória do imaginário que significa que transformaram a relação com o poder: agora são os ditadores que devem temer os povos.
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