sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Comunicação e Audiodescrição: Estudos Contemporâneos.
Por José Luiz Pinotti.
O objetivo desta pesquisa é discutir, do ponto de vista da comunicação, a Audiodescrição (AD), tradução de imagens em palavras como ferramenta de acessibilidade cultural, capaz de proporcionar aos deficientes visuais autonomia durante uma sessão de cinema, nas programações de TV e Internet, além de espetáculos teatrais e exposições. Com enfoque no processo de produção e na qualificação dos profissionais Audiodescritores, esta pesquisa está restrita às realizações audiovisuais previstas para exibição em cinema, TV e internet, independente de gênero e formato.
A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, com os profissionais Audiodescritores da Iguale Comunicação de Acessibilidade, empresa produtora de conteúdo audiodescritivo, com o Blog da Audiodescrição e com o deficiente visual Paulo Romeu Filho, um dos organizadores do livro "Audiodescrição Transformando Imagens em Palavras" (MOTTA; ROMEU, 2010) e autor do Blog da Audiodescrição.
É importante destacar que no Brasil existem 35 milhões de deficientes visuais, total e parcial, que podem se beneficiar com a disseminação dessa técnica, enquanto ferramenta de acessibilidade cultural. O trabalho como produtor audiovisual independente e docente do ensino superior nas disciplinas de produção audiovisual motivou esta pesquisa.
A audiodescrição pode ajudar, ela emprega as palavras para substituir as informações
disponíveis no formato visual.
Levando em conta os resultados apontados no recenseamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, no Brasil, são mais de 35 milhões de
pessoas cegas, ou com algum grau de deficiência visual. Estas pessoas estão cerceadas da
íntegra dos acontecimentos que cotidianamente são difundidos nos diversos meios de
comunicação de massa, que se utilizam do formato audiovisual. Walquíria Braga Sales (2012)
destaca também as afirmações de Payá (2007, p. 80):
A progressiva implantação dos meios tecnológicos em nossa sociedade tem mudado
a forma como percebemos e pensamos o mundo. Mais de 94% das informações que
recebemos atualmente entram em nosso cérebro através da visão e da audição. Deste
total, mais de 80% são recebidos pela visão. Ampliamos o mundo através das
imagens, assim sendo os deficientes visuais possuem barreiras não só físicas, mas
também culturais, já que os meios de comunicação têm a função social de formar e
informar os cidadãos e o fazem em sua maior parte através do canal visual, ao qual
os deficientes visuais não podem ter acesso de forma autônoma. Os meios de
comunicação pressupõem que todos os espectadores possuem capacidade plena de
visão e têm acesso ao que é mostrado na tela, o que está longe de nossa realidade.
No entanto, disponibilizar a Audiodescrição como ferramenta de acessibilidade, ao
deficiente visual, precisa de profissionalização e superação, sem desmerecer as ações
intuitivas, que se estabeleceram como iniciativas preliminares. Atualmente os avanços
tecnológicos disponibilizam instrumental de apoio, tanto para a produção como reprodução de
obras audiovisuais com o recurso da Audiodescrição. E assim, é preciso que se estabeleçam
critérios na formação de Audiodescritores.
É preciso investir na formação desses profissionais, para que o processo de produção
dos roteiros e as narrações audiodescritivas, atendam a critérios técnicos, assim como o
fazem, ao roteirizar a produção e pós-produção para uma realização audiovisual, destinada ao
público com capacidade plena de visão.
Walquíria Braga Sales (2012), ao citar Jiménez Hurtado (2007, p. 78), ressalta que
[...] toda representação do conhecimento requer um conjunto de regras que ofereçam
as regularidades de uma estrutura determinada. Segundo a autora, devemos ir em
busca de uma gramática que explique o comportamento da estratificação do texto
fílmico acessível.
É evidente que estamos discutindo hipoteticamente, afinal, ainda não temos
referenciais precisos quanto às expectativas deste novo público que está se formando (o
deficiente visual).
Leia na íntegra em (https://dl.dropboxusercontent.com/u/10004244/Blog/Artigos%20Acad%C3%AAmnicos/COMUNICA%C3%87%C3%83O%20E%20AUDIODESCRI%C3%87%C3%83O%20-%20ESTUDOS%20CONTEMPOR%C3%82NEOS.pdf).
Fonte: Blog da Audiodescrição acesso em http://www.blogdaaudiodescricao.com.br/2015/01/comunicacao-e-audiodescricao-estudos-contemporaneos.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+BlogDaAudiodescricao+%28Blog+da+Audiodescri%C3%A7%C3%A3o%29
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