quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Após a alfabetização, desafio do professor é inserir as crianças na cultura letrada.

Por Débora Rubin e Claudia Jordão.
Gustavo Morita (foto): Leitura de gibis no colégio Ofélia Fonseca. Rodas de leitura devem fazer parte da rotina em sala de aula. Em um contexto de pouca valorização da leitura, como a escola pode contribuir para a formação de leitores no Brasil? Como superar seus desafios e formar leitores autônomos que gostem de ler? Ensinar algo tão grandioso é uma tarefa desafiadora, mas, talvez por isso mesmo, uma das mais fantásticas que existem. Após a alfabetização, é importante que as crianças sejam estimuladas a participar ativamente da cultura letrada. Veja abaixo o cenário da formação de leitores no ensino fundamental 1, seus desafios e exemplos de práticas. Cenário: Um dos problemas dessa etapa é avançar para além da alfabetização. "Quando se acompanha uma geração de alunos percebe-se que, em muitos casos, alcançadas as metas de alfabetização plena, os esforços para oferecer atividades de leitura diminuem", lamenta o relações-públicas Volnei Canônica, coordenador do programa Prazer em Ler do Instituto C&A. A educação no Brasil ainda tenta avançar no que diz respeito ao aprendizado de leitura nos primeiros anos do fundamental. A pesquisa Geres (Estudo Longitudinal da Geração Escolar 2005), feita em parceria por seis universidades e realizada em 303 escolas públicas e particulares, de 2005 e 2008, mostra que, ao final do EF 1, os alunos de escolas públicas apresentam uma defasagem equivalente a dois anos de aprendizado em relação aos estudantes de instituições privadas. Desafio: Desenvolver e consolidar a fluên­cia na língua e a compreensão leitora são os grandes desafios da etapa. Ao mesmo tempo, seguir estimulando a participação ativa na cultura letrada numa hora em que já é possível dar autonomia para esse pequeno leitor. Professores podem e devem indicar livros, mas precisam propiciar à criança momentos em que ela possa fuçar bibliotecas e livrarias para descobrir o que a encanta. "A natureza, os animais, mistérios e fantasias atraem garotos e garotas", diz Zoara Failla, gerente executiva de projetos do Instituto Pró-Livro. Exemplos de práticas: Para trabalhar a fluência, a compreensão leitora e promover o interesse pela leitura, Gilda Carvalho, da Unesp, propõe o ensino da língua através de textos literários. "Ao mesmo tempo que aprendem a gramática, as crianças estão lidando com vários tipos de textos, gêneros e autores", diz. Além disso, a criança recém-alfabetizada precisa ser estimulada a ler em voz alta. "O professor pode priorizar desde textos que contribuam para a alfabetização, com sílabas bem marcadas e rimas, até outros mais complexos, com narrativas mais engendradas, além de livros ilustrados e gibis", recomenda Gilda. Rodas de leitura devem fazer parte da rotina em sala. "Encontros com autores e produções de texto também estimulam", completa. Fonte Revista Educação. Edição 213, janeiro 2015. Acesso em http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/213/apos-a-alfabetizacao-desafio-do-professor-e-inserir-as-criancas-335640-1.asp

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