terça-feira, 4 de novembro de 2014

Clio-psyche: Lançamento do Livro dos Cem anos do Laboratório de Psicologia Experimental da Escola Normal Secundária de São Paulo.

Na cabeceira do leitor: "Clio-Psyché Ontem". Por Regina Helena de Freitas Campos.
JACÓ-VILELA, A. M.; CEREZZO, A. C.; RODRIGUES, H. B. C. (orgs). CLIO-PSYCHÉ ONTEM – Fazeres e Dizeres Psi na História do Brasil. Rio de Janeiro, RELUME-DUMARÁ-UERJ, 2001. O Núcleo Clio-Psyché da UERJ tem feito um belo trabalho na promoção do estudo da memória e da história da psicologia no Brasil. Trabalho necessário, pois essa nossa área de estudos e de práticas profissionais muitas vezes se esquece de que tem uma história, de que a reflexão sobre a mente e o fazer humano é tão antiga quanto a humanidade. A lembrança dessa memória vem no próprio nome do Núcleo: Clio, a primeira das musas (pois que tudo acontece na história) significa em grego celebrar, glorificar; Psyché, do grego alma, faz referência à própria vida mental, fundamento de toda a criação cultural. Mas, em um deslize semântico próprio da modernidade, os trabalhos que o Núcleo apresenta não pretendem apenas celebrar ou glorificar a psicologia. Seu conteúdo é crítico, pretendem investigar não só o que vale a pena lembrar, na história, mas também os múltiplos desvios em que essa nova ciência se embrenhou, sobretudo ao tentar importar conceitos de outras áreas, mais consolidadas, ou ao propor aplicações muitas vezes apressadas de suas descobertas. Neste volume, são lembrados os trabalhos e autores que, em psicologia, se dedicaram genuinamente a compreender a complexidade da psiquê – Nise da Silveira, por exemplo. Mas são também lembrados os usos sócio-políticos dos saberes psicológicos nos discursos sobre a identidade nacional brasileira, ou nas práticas derivadas da psicologia em diferentes instituições de saúde mental, educação ou do sistema judicial. O movimento eugênico, a participação dos saberes psicológicos na construção do pensamento social no Brasil, os efeitos culturais das classificações psiquiátricas, as visões da criança e do adolescente produzidas por conhecimentos e práticas psi, são os temas que ocupam os textos. Os trabalhos apresentados nos convidam a conhecer a história da psicologia na sua riqueza de vertentes, nos debates que a caracterizam, proporcionando ao leitor a oportunidade de se apropriar desse olhar sobre a psicologia em perspectiva histórica. E também de ver de perto como e porquê a psicologia passou a fazer parte da própria construção da cultura contemporânea. Fonte: CLIO-PSYCHÉ. Acesso em http://cliopsyche.com.br/clio-psyche-ontem/

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