terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Educação executiva made in China ( No ESTADÃO).
Notícias > Educação: Por Carlos Lordelo (do Estadão.edu).
Programas que incluem intercâmbio em escolas do gigante asiático estão em alta no mundo.
A China é hoje o lugar mais “quente” do mundo para fazer um MBA Executivo, disse o jornal inglês Financial Times quando divulgou, em outubro, a última versão de seu tradicional ranking dos melhores programas do gênero. Segundo a publicação, muitos dos cursos top oferecidos no país asiático são operados em parceria com escolas de negócios de outros lugares, entre eles o Brasil.
Depois de ter aulas em Hong Kong, o ex-aluno do OneMBA Eduardo Eid foi a Pequim (Arquivo pessoal)
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Executivos de todo canto viajam para a China em busca dos motivos que levaram o país a crescer a taxas astronômicas nas últimas décadas e a ocupar o posto de segunda maior economia do planeta. Também querem saber os desafios de administrar empresas por lá e de explorar um mercado consumidor de mais de 1 bilhão de pessoas. O aprendizado ocorre tanto nas universidades quanto nas visitas a companhias.
Na 24.ª colocação do ranking do FT, o OneMBA vai mais longe. O curso é realizado em consórcio por cinco instituições, entre elas a Escola de Administração da FGV em São Paulo e a Universidade Chinesa de Hong Kong. Além de conhecer os Estados Unidos, a Europa e a China, os alunos brasileiros trabalham em equipe com os colegas desses países, pessoalmente e pela internet.
“Assim como o brasileiro, o chinês valoriza muito o relacionamento interpessoal. Isso torna mais produtivo o trabalho em grupo”, diz o ex-aluno do OneMBA Eduardo Eid, de 41 anos, gerente de contas de uma multinacional da área de TI. “Por outro lado, eles são muito adeptos do planejamento, enquanto nós temos a cultura do imediatismo e do improviso.”
Segundo Eduardo, a passagem pela China, que incluiu aulas e visitas a empresas em Hong Kong, Shenzhen e Guangzhou, mostrou parte dos desafios enfrentados pelo país. “A China depende muito de exportações e precisa desenvolver o mercado interno. Também dever investir na qualificação da mão de obra para produção de bens de maior valor agregado.”
Outra escola brasileira no ranking do FT (85.ª posição), a Fundação Instituto de Administração (FIA) incentiva os alunos do MBA Executivo Internacional a fazer pelo menos dois estágios em escolas do exterior. A China é um dos destinos opcionais e, desde 2005, pelo menos 350 alunos foram para lá. “Eles conhecem o mercado, comportamento do consumidor, desafios econômicos e aspectos de negociação e legislação”, afirma o coordenador do curso, James Wright.
Sócio de uma consultoria, Alberto Sansiviero Júnior, diz que conhecer a China durante o MBA na FIA mudou sua visão sobre competitividade e posicionamento estratégico. “Visitei diferentes escolas e vi como é alta a qualidade da formação de executivos por lá. Isso de certa forma tem permitido que a China se desenvolva mais rápido que outros países.”
O Instituto Coppead de Administração, da UFRJ, também fechou parcerias com escolas chinesas para estimular o intercâmbio dos estudantes do mestrado em Administração (MBA em tempo integral). “Os executivos brasileiros podem aprender sobre dedicação, empenho, disciplina e um constante desejo de superação. Os chineses são negociadores hábeis”, destaca a professora Adriana Hilal, diretora associada de Relações Internacionais do Coppead.
Por falar em negociação, o mineiro Assur Fernandes, de 28, se surpreendeu ao perceber que na China é mais comum fechar parcerias comerciais em restaurantes do que em escritórios. Segundo ele, o executivo chinês preza pelo bom guanxi – a versão deles para o que chamamos de networking. “Isso inclui sair para jantar e beber com eles”, afirma Assur, que passou o segundo semestre de 2012 na Universidade Jiao Tong, em Xangai.
ONDE ESTUDAR: Confira:
OneMBA: MBA Executivo realizado em parceria entre a FGV-SP e outras quatro escolas de negócios do mundo, entre elas a Universidade Chinesa de Hong Kong www.fgv.br/onemba,no
MBA Executivo Internacional: Os alunos do curso da FIA devem fazer ao menos dois intercâmbios. Na China, as opções são as escolas Emlyon e Tongji (Xangai) e Sun Yat-Sen (Guangzhou) www.fia.com.br e ainda no
Mestrado em Administração: Curso do Coppead/UFRJ tem parcerias com a Jiao Tong (Xangai), o Ceibs (Xangai, Pequim e Shenzhen) e a Shandong (Jinan) www.coppead.ufrj.br
Acesso em
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,educacao-executiva-made-in-china,990261,0.htm
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