algumas estratégias das artes visuais para a criação de lugares de subjetivação e presença de obra nas bordas do corpo e do feminino, por Alessandra Monachesi
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A presente tese busca perscrutar as possibilidades de subjetivação para o homem contemporâneo a partir de sua localização no lugar de ausência de obra inaugurado, no século XVII, pela loucura oposta como desrazão e expandida para o campo das subjetividades, através de sua patologização e consequente medicalização, ao longo desse tempo e até nossos dias. Do lugar da ausência de obra, em que a subjetivação mal tem condições de se fazer, submetidos que estamos ao saber / poder disciplinar que recai sobre nossos corpos, buscando dominá-los e torná-los servis, a possibilidade que surge é de que o sujeito advenha ali mesmo, dessa condição de ausência de obra, nas bordas, no mesmo campo antes consagrado à loucura. Recorrendo às artes visuais, e especialmente às artes visuais contemporâneas a partir das obras de Nazareth Pacheco, Cindy Sherman e Marina Abramovic, temos que o domínio das artes – quase um lugar clichê para a existência de obra – sustenta também essa tensão entre obra e sua desaparição nos mostrando que, se há subjetivação possível, ela não pode se fazer senão nas bordas. Por meio dos trabalhos de tais artistas, temos que tais bordas são aquelas do corpo e do feminino, lugares de fronteira tanto para o campo da arte quanto para o campo psicanalítico, de onde o sujeito pode partir em um processo de subjetivação que, novamente com o auxílio das artistas e daquilo que elas nos indicam através de seus temas e das formas de composição de suas obras, traça um percurso de um lugar
cristalizado, aprisionado em uma condição perversa, rumo ao restabelecimento da possibilidade de movimento, trazido pela idéia de sublimação enquanto transgressão e profanação.
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