terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carta aberta do IESP - Instituto de Estudos Sociais e Políticos




Prezado(a)
Em março de 2010 iniciamos movimento mais ostensivo para garantir a sobrevivência dos programas de pós-graduação em Sociologia e Ciência Política em que trabalhávamos, após anos de crise continuada, levada ao ponto de ruptura pela determinação da direção da Universidade Candido Mendes de não mais pagar os salários de professores e funcionários dos programas. Apesar dessa medida extrema da UCAM, iniciamos o semestre letivo em respeito a nossos alunos e à nossa história, e com o firme propósito de construir uma alternativa definitiva para os programas, que completavam 41 anos naquele ano.

Recebemos, imediatamente e ao longo das semanas e meses seguintes, a solidariedade de associações científicas, instituições de pesquisa, programas de pós-graduação, professores e estudantes das mais diversas áreas da comunidade científica, vinda de todo o Brasil e de várias partes do mundo.

Graças ao apoio recebido e ao esforço de decisivas instâncias da administração pública federal e estadual, e, sobretudo, graças ao apoio decidido do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o processo de transferência da excelência em Sociologia e Ciência Política para a UERJ, embora inédito, tem sido, até aqui, e apesar de incertezas ainda pendentes, coroado de êxito.

Relatamos, em linhas gerais, os passos dados até o momento, destinados, todos, a assegurar a transferência integral dos professores, funcionários e alunos de nossos antigos programas para a nova instituição.

1. Todos os antigos professores dos dois programas, sem exceção, rescindiram judicialmente seus contratos de trabalho com a Universidade Candido Mendes no dia 22 de junho de 2010.

2. O Governador do Estado do Rio de Janeiro, em ato público realizado no mesmo dia 22 de junho, outorgou 16 bolsas de pesquisadores visitantes à UERJ, destinadas aos antigos professores, que se vincularam ao novo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ) em regime de Dedicação Exclusiva.

3. Os professores que, antes, mantinham vínculos também com outras instituições de ensino, vincularam-se à UERJ como pesquisadores em tempo parcial.

4. Nesse sentido, a transferência do corpo docente foi integral, embora em condições precárias, já que ainda não pertencemos aos quadros permanentes da UERJ. Nossa expectativa é que a UERJ crie, proximamente, vagas de professor para os programas de Sociologia e Ciência Política já aprovados nas instâncias deliberativas da Universidade e já reconhecidos pela CAPES, e que realize concursos para seu provimento. Só assim teremos garantida a tão almejada estabilidade ao corpo docente.

5. Os antigos funcionários dos programas da instituição de origem, com poucas exceções, foram acolhidos na UERJ em contratos administrativos.

6. Todos os alunos dos programas, sem exceção, ingressaram por transferência externa de pós-graduação nos novos programas de Sociologia e Ciência Política criados na UERJ, mantendo seus orientadores.

7. As atividades acadêmicas não sofreram interrupção. No ano passado completamos o segundo semestre letivo normalmente, e faremos o mesmo daqui para frente. Neste ano de 2011 selecionamos as novas turmas de Mestrado e Doutorado de Sociologia e Ciência Política. A estrutura acadêmica dos programas permanece. E o mais importante: as orientações das dissertações e teses de mestrado e doutorado em curso vêm sendo levadas a termo por cada um de nós. Entre novembro de 2010 e a presente data houve 12 defesas de doutorado (3 outras já estão com data marcada para defesa) e 18 defesas de mestrado. As teses defendidas estarão, proximamente, disponíveis em nossa página na web (www.iesp.uerj.br).

O esforço coordenado do Governo do Estado, da Reitoria e demais instâncias deliberativas da UERJ, a confiança dos antigos funcionários e a adesão incondicional dos corpos docente e discente dos dois programas, vêm garantindo uma transição segura e a continuidade de nossas atividades de pós-graduação e pesquisa, como um patrimônio que - não pertencendo somente a nós - vem sendo entendido pela comunidade científica e as autoridades públicas como importante de ser preservado.

Agradecemos à comunidade científica nacional e internacional, e em especial aos colegas da UERJ que nos têm apoiado desde o início desta transição, pedindo que continuem conosco na reta final desse processo de re-institucionalização. Agradecemos também aos órgãos federais e estaduais que têm apoiado a criação dos novos programas e a consolidação do IESP.

Cordialmente,

Adalberto Moreira Cardoso
Argelina Maria Cheibub Figueiredo
Carlos Antonio Costa Ribeiro
César Augusto Coelho Guimarães
Diana Nogueira de Oliveira Lima
Fabiano Guilherme Mendes Santos
Frédéric Vandenberghe
Gláucio Ary Dillon Soares
Jairo Nicolau
João Feres Júnior
José Mauricio Castro Domingues da Silva
Luiz Antonio Machado da Silva
Marcelo Gantus Jasmin
Marcus Faria Figueiredo
Maria Regina Soares de Lima
Nelson do Valle Silva
Renato Raul Boschi
Ricardo Augusto Benzaquen de Araújo
Thamy Pogrebinschi

IESP
Instituto de Estudos Sociais e Políticos
www.iesp.uerj.br

Sobre a Pós-Graduação do IESP/UERJ:

Os programas de mestrado e doutorado em Sociologia e Ciência Política da UERJ foram criados em novembro de 2010. Reproduzem formato, estatuto e procedimentos que, na instituição de origem de seus professores, garantiram excelência na pós-graduação brasileira durante 41 anos. O mestrado prevê um prazo máximo de dois anos para ser completado. Durante esse período, o aluno é submetido a uma intensa formação teórica na área de sua especialização. Os aprovados, uma vez completados 27 créditos, fazem jus ao título de especialização. Durante o quarto semestre preparam um dossiê que inclui, além do histórico escolar, uma dissertação a ser defendida perante uma banca de três professores (um externo). Os aprovados recebem o título de mestre e podem ser admitidos ao doutorado.

O doutorado destina-se à formação de pesquisadores e centra-se na pesquisa original e produção de teses. Tem caráter misto, ou semi-tutorial, com maior flexibilidade para o aluno e maior responsabilidade para o professor-orientador, mas ao mesmo tempo com controles institucionais sobre o fluxo dos alunos. Os créditos são cumpridos pela freqüência a disciplinas, exigindo-se também a participação em três seminários de pesquisa, sendo um de projeto e os outros dois de tese. Ao final do primeiro ano, o aluno deve defender o projeto de tese, que funciona também como um exame de qualificação para prosseguimento do doutorado. A defesa da tese deve ser feita, no máximo, até o final do oitavo semestre acadêmico.

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